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sexta-feira, 9 de março de 2012

Manifesto I

01:30

     Precisei-me chegar aqui e expelir quão oco me é o interno. Por entre os picos do nada oscila o sentimento de que não hei, jamais, de atingir a felicidade, acaso não estaria destinada a tamanho privilégio. Condeno-me ao eterno, condeno-me ao vazio de ser das palavras, antes que golpe bruto da fatalidade me queime o último glóbulo de esperança. Suicidá-la-ei.
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Apple, 09-10/03/2012 - 01:36

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Rosas & Sangue

Bem, em tentativa abrupta de retirar este sítio de profunda obscuridade, publico mais duas peças originais, sendo a similaridade entre ambas somente notada agora, o que implica, por ventura, a possibilidade de reminiscência de outros escritos. Em outras palavras, atribuo as potenciais semelhanças a meu pobre hábito de leitura. Espero, sinceramente, conseguir melhorar meus feitos.
Confesso que temo estar demasiado repetitiva... sangue, flores, lágrimas. Hora de modificar um pouco.
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Sangue na rosa

Há que Vênus lhe prestou visita à hora antes,
Quando, ainda, o piso em mármore desconhecia
As gotas azedas de lágrimas flamejantes
Secretadas pela jovem em vil companhia.

Mulher, por que foste?, foi-se ceder, em vertigem,
Ao lânguido luxo do olhar do anjo infrator,
Atraído, pois, aos luxos da carne da virgem.
- E se ria da denegrição que a mutilou.

Em meio a sangue e negrume se desfez a flor,
Rasgadas as pétalas e esmagado o pudor.
Curvou-se a dama, em lamúrias à impiedade.

E o anjo mau, sorrateiro, por sombras voou
De retorno ao dever, e a cada peça de flor
Se ria em escárnio ao lhes sugar a humanidade.
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Rosas com sangue

Dei-me ao pensar do que eram aquelas
Rosáceas brotando do solo infértil,
Que tanto choram antes que desperte o
Dia que aflora? Tão tristes e belas!

Entrego-me ao ruir de quem são elas,
As jovens moças de pétalas rubras.
És flor somente? E como elocubras
Perfume ígneo de muros de celas?

Pois sim, diz-me ela , e a ti aconselho:
Sou nobre e sutil, mas vil chega à venta
Odor de minh'aura sanguinolenta,
Que as minhas lágrimas correm vermelho.

Vê, a par do que me alertaste, rosa,
Rendo-me ao desejo cego de um homem.
Revela-me mais, canta-me teu nome em
Silvos majestosos da tua prosa.

Se queres provar da flor venenosa,
Que o seja, retruca, entrega-te à sorte.
Sangrar-me-ei, tu me inalas a morte, e
Bem-vindo ao jardim: serás também rosa.
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Apple, 27/01/2012 - 22:54