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quinta-feira, 9 de maio de 2013

A partida

01:22
     
     Hoje recebi a notícia da morte do pai de uma velha amiga. Sinto-me como na pele dela, e a perda foi minha também. 
     As lágrimas não param de escorrer, e não poderia deixar de registrar quão forte é a dor. Eis que me pus no papel do falecido, e não tenho dúvida de que estas poderiam bem ser suas palavras aos filhos. 
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Até breve

Busco meio de voltar
E te aliviar o ser
Muito me dói teu doer
Magoa-me teu chorar

Que seja, pois, teu viver
Obra-prima imaculada, e
Que, de tanto ser amada,
Ouses não te entristecer
- Mesmo com meu perecer

Há tanto que falta, tanto, à
Plenitude tua, então
Pega na mão teu irmão
E faz de mim preto e branco
- Vívido, mas sem o pranto

Busco meio de dizer
Que a tempestade é breve, e,
Ainda que o Céu me leve,
Não deves sempre me ter
Enquanto foi no teu ser
- Deixa-te florescer!

Fui me ao longe - só por ora -
Deixa em guarda as tuas dores
Só na hora em que te fores
- Oh, por Deus, que tal demore -
Pela mão te levo afora
- Mas será na tua hora
(Por enquanto, fui-me embora)
Então, só por pouco, chora
- Só por ora!
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Apple, 09-10/05/2013 - 01:44