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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Fantasia

Fantasia, aquele filme da Disney de 1940. A premissa: criar os desenhos de acordo com a interpretação da melodia.
Decidi fazer isso com um texto. Abaixo segue o rascunho. Calculei um tempo médio de leitura para que se possa ler enquanto toca a música, tentei meticulosamente sincronizar tudo.
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 Shine on you crazy diamond (parts I-V) - 2011

(00:00/02:09)
Finda outra madrugada, há de se atrever o sol nascente a pairar sobre o plano abandonado, fúnebre, insípido. Insípidos hão de ser os raios iniciais, lançados a céu aberto em matiz amarelo-esbranquiçado, densos, translúcidos, lerdos. O caminho percorrido, em toda a extensão domada pelos feixes luminosos, outrora tácito, revelado então pelo semi-brilho, ou, antes, banhado em falaciosos fulgores. Em iminente jornada, atreve-se o sol nascente a desfalecer a noite.
 
Ondas, em furor rancoroso, quebram, rebentam-se em sede de sal nas rochas mortas, na matina da praia ao lado, ao que rondam no céu as gaivotas em alerta, inquietas pela fútil semi-claridade. Diz-se o primeiro raio audaz a surgir, e sondar por entre as árvores pretas do bosque cinza, raios pálidos por entre as frestas estreitas, em neblina brilhosa, fluida e esquiva, árvores pretas desfocadas adentro, e adentro no cemitério em escombros. Ao calor despertam os troncos, e as folhas, e os restos do entulho do mundo, pouco a pouco, em tênue aquecimento, e breve vivacidade, vide as gotas de chuva vespertina, tangíveis no solo seco.
 
Túmulo a túmulo, sobre as efígies, tomam posse da terra os fachos de luz, pobres, vacilantes, tênues, audazes. Não o bastante, ainda, a fazerem acordar o ambiente, vulgo-morto, fugaz, repousando em silêncio. Não o bastante; não de todo ensolarado.
 
Túmulo a túmulo, cada qual domado, um por um, pela atmosfera gradualmente revitalizada. De início, uma lápide em momento de singular significância, sob a força bruta do holofote a possuí-la, outrora vacilante, então intenso, quente, vivo enfim. Em sequência, as demais incorporam o mesmo estado ardente, em brilhante fogo, voraz calor amarelo, uma por uma, cada qual possuída pela fúria dos raios de sol. - E vida emerge do solo morto, junto à fumaça vaporizada dos últimos lapsos de noite.

(02:09/03:54)
 
Brota a primeira alma do chão reavivado, lenta, em escala reduzida, depósito de energia não mais atrelado a um corpo. Elemento etéreo, fluido, cortina neblinada de fumaça branca, em esplendorosa fosforescência, o mais belo a ser visto por um par de olhos, névoa quase úmida, em vigor de diamante ofusca a vista, ofuscaria, houvesse espectador presente.
 
Brota, ascende como que quadro a quadro, ressurge das trevas subterrâneas, visa à claridade, transcende as barreiras interdimensionais, quebra os parâmetros da lógica e desdenha do concreto. Quão incandescente, quase a transparecer entidade, orgânica sombra do vazio, quão estonteantemente brilhoso o espírito a passar por entre as camadas de terra fria, as raízes, a grama, os girassóis, o solo. E em sequência, qual fenômeno, demais entes a deixarem o conforto de seus corpos, reerguerem-se em fila ao campo material, há tempos esquecido, saqueado pela morte, aterradora mestre das vidas prévias, colecionadora dos montes de energia já não instalados na matéria humana. Brilhem, súditos.
 
Ao espetáculo esotérico segue, a poucos passos da última lápide, abertura plena dos portões do cemitério, obras ornamentadas em ferro, e em ferro desgastadas, reduzidas a ferrugem, e envoltas em singelas e numerosas ramificações de hera, supor-se-ia, afinal, o abandono de tal notável, não obstante envelhecido lugar.
 
Abrem-se as portas ao lar conjunto dos etéreos fantasmas, que assim o sejam denominados, fantasmas, reminiscências de tempos outros. Abrem-se, e rangem os segmentos metálicos em atrito, enunciam o piso de pedra à entrada, outrora repousante, agora impiedosamente arranhado, fossem as ondas sonoras atingir maior distância, ouvisse alguém o barulho estridente, e não mais seria secreto o rito de recepção das almas ao porvir das novas companhias recém-transportadas à esfera oculta, recém-mortas, migrantes, andarilhas à procura de espaço tranqüilo ao descanso, espaço há muito não mais palco de cerimônias fúnebres. Escancarados os portões, preparados às boas-vindas.


E a pôr um dos pés adiante da linha divisória entre as esferas interior e exterior, a posicioná-lo no campo interno aos portões de ferro oxidado, bem-vindo o novo espectro, falecido jovem, bem-vindo ao plano-submundo, à prole dos espíritos andarilhos. Eis que emanam os ares das iminentes boas vindas das almas ao ilustre companheiro, emanam os bons ares gélidos, em terra úmida perfumados, à percepção do recém-póstumo ente, ainda hesitante, ainda com tão somente um pé firmado em solo sagrado.
 
Vem a nós, rapaz!Vem a nós, que te acolhemos em lar.
 
Silêncio.
 
Vem conosco!
 
Outro pé adentro.
 
Bom, bom! Vem a nós!
 
Um passo.
 
Vem mais, mais. Vivas!
 
Prossegue.
 
Cada passo em singular lapso de determinação, cada passo uma viva, e à caminhada efusivo estrondo: bem-vindo. ‘Bem-vindo’, clamam os mortos, em furor de encorajamento. Em cortesias e reverências, caminha o menino rumo aos degraus da cripta decadente, coração do lar fúnebre, lar de tantas existências desvanecidas e esquecidas pelo espaço-tempo.
 
‘Assim na Terra como no Céu‘, tão santo há de ser o solo, abandonado, sim, por aqueles que vivem, santificado, quem a saber, por aqueles que perduram, e agora tão teu quanto nosso, inquilino. Eis que do Céu não desfrutamos, pois em boa terra jazemos. Vem conosco.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

...par de sapatos (2013)



Aqui segue o link: http://jornalplasticobolha.blogspot.com.br/2013/11/par-de-sapatos.html?m=1

A morte da escrita

Por muitas vezes sinto-me assim, incapaz de escrever. As palavras somem e a criatividade se esgota. Acho que não há pavor maior para um escritor.
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 Post-scriptum (2015)

Quod scripsi, scripsi. - João, 19,22 (Palavras de Pilatos)


Mas agora, que os tempos outros, não mais chove na plantação
Toda a veia do solo tenro não mais sangra, nem dá vazão

Ao marasmo. E as raízes? Já são cinzas em solo escasso
Não há fruto, não há fartura e não há cesto para o bagaço

Por instância, qual pesadelo! Não há pista de como faço
Toda a prole da macieira foi-se, enxuta, no caos devasso

Tempestade - que fosse pouca! - renascesse da colisão,
Terra infértil morrer não ia - nem chorar os que não virão

Mas que tempos! Que sortilégio sobrepôs minha plantação!
Que o chão fútil e a tez amarga desfaleçam de sede, então

Perecíveis são as ideias, mais no âmbito deste espaço
Que jaz seco em atroz areia - não de todo! (só um pedaço)


domingo, 17 de janeiro de 2016

Nos meus 15 anos

É, eu tinha 15 anos. Muito bem me lembro.
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Vulcânica (2007)



Eu grito;

Falo por ti

Não sabes que desejas,

Se não vês lascívia que os sinais exprimem

- Nem arrebentas este róseo hímen



És tão forte encanto, e que me inebria,

Formando chagas quentes,

De êxtase em todo

(Ou ardentes em ambrosia)

- Enquanto, ao relento, me explodo



E, deveras, teu corpo incandescente

Amargo, imerso entre rosas e lírios,

Desnudo à atroz sombra de uma bela orgia

Selando a verdade em teus fúteis delírios,

E tremendo na mais fútil sodomia;

Inebria

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Yellow


No dia seguinte ninguém morreu. - José Saramago, As Intermitências da Morte 


Prólogo

A cidade podre gangrenada até os ossos. Todos os minutos nascem dois e morrem quatro - exceto aqueles minutos em que nascem quatro e morrem dois. A cidade preta e cinza e em ebulição e suada e perecida e amarela sob o calor infernal, e de tanta sujeira chove preto. O preto na chuva e o amarelo no sol escaldante. A cidade feia.

No dia seguinte morreram quinhentos. No outro seiscentos, no quarto já mais não sei, e foi- se o quinto, foi-se o sexto, foram quarenta e dois dias debaixo de insolação desgraçada na cidade X banhados em sangue e vísceras, assim #3008 acompanha de dentro de casa através da fenda cúbica na parede, “janela”, chamam, janela? Pastiche. A janela não é janela, a casa não é casa, que fizeram eles, que fizeram? 
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http://www.amazon.com/Yellow-Portuguese-Helena-Mussoi-ebook/dp/B012UBSO1I/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1452862866&sr=8-1&keywords=yellow+helena+mussoi

Funny Valentine


E deu ele o nome de Eva a sua mulher, por ser mãe de todos os seres humanos. - Gênese, 3,20.

Eu sou um velho mofado foleado a fumaça e não tenho orgasmos gratuitos há mais de um quarto de século. Este é meu último dia de obeso estragado no curral. Acompanha-me. - Mais um charuto, por favor.

Charuto (mais barato que as meretrizes), vem a mim, entorpece-me os sentidos, impregna-me o bafo de dragão, vem com força, mais fundo. Mais um, só mais um, e mais um, e u-
-ma mulher feia de travar a mandíbula por trás da vidraça embaçada
-ma mulher fantástica de fazer cair o queixo por trás da vidraça embaçada (que faz na porta de entrada do meu bar a estas horas?).
Larga o charuto, larga o charuto! Ó diabo, queimou-me as calças bem na frente da ogra orcaquídea. Paciência, sigo e destravo a porta e ponho-me a contemplar a lacraia lascívia personificada.

“Teu nome qual é?”/“Adivinha”/“Como?”/“Temos muitos nomes”/“É o quê, Vaca?, Hipopótama? Puta descabida! É Legião?” - rio (quase me mato de rir – não, disso não pereço).

Legião: a peça é um demônio!, mas de tão feia bem que poderia sê-lo mas de tão bonita não haveria jamais de sê-lo. Ela sorri, exibe a arcada caindo aos pedaços excepcional, e o cheiro que sinto de bicho morto lavanda me remete aos saudosos verões na fábrica de sabão de meu pai Provence. Entra massacrando masturbando as narinas, não pode, que assim caio envenenado apaixonado.

É gorda sublime. Pálida feito... O quê, a neve? Não. Marfim? Não. Leite talhado Uma rosa branca. É pálida e tem os cabelos negros como as asas da graúna (graúna não, urubu). Os cabelos longos e sebosos sedosos e brilhantes, a barriga grande e flácida suculenta debaixo do vestido azul, que acentua os desníveis as assimetrias as curvas, os seios desiguais fartos, esparramados no torso, que nauseante bela voluptuosidade, belíssima; femme fatale (fatale até cabe, mas femme tem bigode?).

Que olhos sedentos! Azuis feito o vestido, feito a água do vaso sanitário dum banheiro químico mar, os lábios cor-de-rosa inchados como os de uma vulva, um luxo! Um pedaço de mulher – só um pedaço? Não, o bolo inteiro uma mulher inteira, grande e redonda fantástico espécime. Ainda morro de desgosto por vislumbrar teu corpinho adiposo não tomar posse do teu vigor, flor exótica – não, disso não pereço.
Socorro, meus olhos! Belíssima.
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“Perdida, mademoiselle?”/“Não, senhor. Eu erro”/“Uma errante!”/“Uma mulher brava”/“Valente ou furiosa?”/“Ambos”/“É, cachorra? Vem aqui então me dar uns tapas! E o teu nome ainda não disse”/“Temos muitos nomes”/“Ah, perdão só pode estar de sarro, vagabunda, minha dama. É Legião, não é?”, rio./“Não. Mas são muitos nomes”/ “Sim claro que sim, maluca, entendido”.
Não te engano, faz um frio desgraçado lá fora, e a demente beldade fica ali parada a me fitar, como em fotossíntese, há de ser retardada mui brava, com efeito.

Faço menção de entrar, e ela ali, vegetativa, sequer treme, tampouco os pelos arrepiam quantos pelos encravados nessas pernas rechonchudas!. Parece um cacto anjo caído dos mais delicados. Eu entro, ela não qual teu problema, Diaba?.

“Vai te congelar aí?”/“Não congelamos.”/“O Inferno não congela Está bem, Legião, mas não prefere entrar?”/“Não é Legião”/“Certo. Quer entrar?” “O senhor é muito gentil”/“E a senhora vem a ser...?”/“Nós temos muitos nomes”/“Vem a ser uma doida esquizofrênica cocainômana Sim, recordo, muitos nomes. Bem, minha filha, não quer entrar, afinal?”/“Não posso, senhor”/“Por que não, garota?”/“O Criador me ensinou a não...”/“Criador? Teu pai é Deus?...jogar conversa fora com desconhecidos”/“...ir a qualquer lugar sem que seja formalmente convidada”. Débil mental.

Tomo-lhe a mão e dou na palma um beijo de leve. A Besta Bela sorri novamente (sorri! Minhas vergonhas estão eriçadas, fortunadamente o pacote não é lá dos mais aplaudíveis). Anda, mulher, entra comigo! “Está bem, eu te convido, vem comigo!”/“Seu desejo é meu comando”. Ó meu Saint Patrice, como é bizarra obediente, e me cola parece cola mesmo, ou sabão, que nojo um beijo nos lábios.
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“Dança comigo?”/“Não há música”/“Há música”.
Ecoa no salão My Funny Valentine, deslumbrante ao contrário de você, Legião de canhotos na voz aveludada d'Ella, e arrepios me percorrem a espinha. Que insanidade é essa? Não é deste mundo essa femme barbuda, é lá do Andar de Baixo do Paraíso (vergonhas, quietas! Sosseguem, vergonhas!).

Repousa minha mão sobre a cintura dela, nossos sacos de banha torsos se comprimem, a valsa é lenta e os corpos contrastantes.

De nervoso suo a cântaros, ela gélida como um... cadáver cadáver, não sei de que outro modo descrevê-lo (devo ser necrófilo). Sweet comic valentine...

Os olhos cor-de-águadevasomar me encaram ainda, que sandice sensualidade esbanjam, e que sorriso amarelo-esverdeado esplêndido, assim morro delirando – não, só mais tarde. Fita-me o filhote do Tinhoso Anjo-Mor, e se aproxima a passos largos. Há de ser delírio, mas não é. Diabólica Divina criatura, que vê neste velho oxidado já descamando?

“Chega mais perto de mim”, geme Muitos-Nomes, em seu esbaforido cáustico caudaloso.
Sim, eu chego mais perto. Encosto o nariz no cabelo da cor de urubu graúna e me empesteia o fedor perfume. Um passo acá, um passo acolá, um delírio onírico, assim valsamos ao ritmo lerdo, e dele emana (não só dele, do membro também) a catarse. Minhas mãos lhe passeiam pela silhueta, um aperto aqui, um belisco ali, formosas carícias, e aos poucos me entrego, olhos fechados, respiração profunda – a dela é de ovo podre lavanda. Vem a mim, Flor, impregna-me o bafo de dragão odor de ninfa, entorpece-me os sentidos, vem com força, mais fundo.

“Linda”, gemo mas é desgraçadamente feia!/“Tremes?”/“Sim, Mãe Monstra Natureza dos olhos de águadevaso ressaca.”.

Ela roça os lábios em meu pescoço, há tempos não sentia um anseio tão desesperado por carne feminina de quinta categoria. Transporta-me à loucura e a um ciúme doentio, “Deve ter muitos jogados aos teus pés para deles lamberem as cracas micóticas”.

“Hoje sou sua somente,”, vem-me a resposta, “virgem imaculada”. Explodo em exasperação êxtase.

Os lábios se separam (Amém que me escapa esse gosto!), toca-me a garganta a ponta da língua coberta de cândida. Esbaldo-me em l'amour (ele não, ele se exalta. Quieta, vergonha!). “Hoje sou teu súdito”.

“Meu súdito”, replica, e o tempo congela e se embola e volve e revolve.
Yet you're my favorite work of artYet you're my favorite work of artYet you're my favorite

O verso se repete em cânone, e caio amaldiçoado apaixonado pela mulher feia de travar a mandíbula coisinha estupenda que me apareceu. Tenho asco sorte, e a mandíbula trava literalmente feia de travar a mandíbula!, e meus sentidos decaem e se esvaem e tudo rodopia em meus arredores. O mundo se embola e volve e revolve e é azul-águadevasomar.
Yet you're my favorite work of art
you're my favorite
Yet
you're rite
t art
-
Ela montada sobre mim, endiabrada, dentes medonhos encachoeirando líquido viscoso cor-de-vinho que escorre profuso, misturado à saliva de Muitos-Nomes. Uma dor feito agulha (picada de cobra?) me penetra até nervos que eu nem sabia que estavam lá.

Ergo a mão em esforço sobre-humano, levo-a a meu pescoço lambido - que língua assassina! - e ao alcance de minha visão esfumaçada, vermelho, rouge funny valentine.
Estou jorrando, mas não de gozo. Minhas vergonhas estão envergonhadas. Que fez comigo?

“Que fez comigo?”. A vadia lambe os beiços carnudos, refestelada em vinho (mas isso não é vinho!), sorrindo com todos os 48 dentes tortos, não é coisa de Deus/“Fiz-me sua”. Usa o punho para limpar a goma rubra que está por toda parte, nariz de porca, queixo de bode, lábios de vulva, barba de eremita, dentes de piranha, cabelos de Medusa.

Dilacerou-me a carótida, agora chupa os dedos ensaguentados como que besta entupida pelo banquete mais farto, e ri-se de escárnio do velho. Pronto, eis o meu fim, triste imbecil enganado por globos oculares de água de privada e encanto sobrenatural. Pateta! - E a jiboia feliz da vida.
-
A vidraça é estilhaçada, entram rastejando as cobras, hissssss. Elas rodeiam Muitos-Nomes, esfregam-se nela, todas ali de escárnio com seus olhinhos cor-de-águadeVASO.
A ruína do homem foi Eva a Serpente, não é isso?
“Diga meu nome”, ordena, aos cochichos, ao que solta aquele bafo horrendo direto no meu tímpano/“Puta...”, ela ri mais/“Lilitu”/“Quem?”/“Lilith. Lilit. Lâmia.”/“Lâmia, a demônia? O súcubo?” (por que estou surpreso?)/“Sucumba ao súcubo”.
Sucumbo.

Muitos-Nomes está maior, mais gorda, mais redonda, mais flácida, mais grotesca, mais bestial, mais fétida, mais monstruosa, mais barbada, mais peluda; belíssima.
You're my favorite work of art You're my favorite yet you're rite tart – espera, não foi bem isso que cantou Ella Fitzgerald, ou foi?
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E deu Ele o nome de Eva Lilith a sua mulher, por ser mãe de todos os seres humanos demônios.
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Eu sou um novo velho extraordinário, e este é meu primeiro dia de íncubo na legião. Charuto? Não, obrigado. - Uma moça feia de travar a mandíbula! Deixa eu entrar, Flor.
 
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