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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Conversão entre duas grandezas não-equiparáveis

02:35
     Encontro-me, por ora, à madrugada, na iminência de uma catarse. Em relação antitética, estado de sonolência taquicárdica, corpo revitalizado pelo furor brutal do ímpeto de extrair de minha mente palavras. Ignora-me o anseio por repouso a força bruta que obriga as mãos a transliterarem o que há do abstrato, os pedaços flutuantes na gama da inconsciência, as partes transportadas em corrente, pois, se não à subconsciência, ver-se-á, em si, à consciência. O plano consciente, campo de armazenamento de pensares avulsos a percorrerem o fluxo do cérebro, o campo de origem da tênue passagem do abstrato ao concreto. 

      Obriga-me à concretização a impulsão magnética do que sub-existe entre ambas as esferas. Não me é permitido oscilar dubiamente no ponto médio do corredor de conexão entre o que há e o que não pode haver no tangível, o irreal em escala mundana, e invisivelmente real na vasta extensão das ideias. 
Qual pretensiosa tarefa a dos subalternos a tal pulsão. Quão prepotente o encargo de agir sobre o intangível e trazê-lo ao âmbito material, ação de impelir a existência do inexistente. Mais que isso, vil o fardo de entrelaçar os dois mundos, o peso sentido pelo trabalho de materializar o que só essência habita. 
Iminente é a catarse projetada pela cruel necessidade de impedir a circulação dos pensamentos apenas no pensar, e expô-los nitidamente em uma dimensão que jamais fora sua. Cria-se a vida.
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Apple, 21-22/08/2011

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