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domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre a ausência de inspiração


       Que há de se preencher no vazio, ao que o nada se torne ente, e do ente emane significância? Que há de se escrever em espaços em branco, quando o campo ideológico desvanece, e a mente retorna a estado bruto? Do bruto, a voraz mediocridade, insana e devastadora. Da devastação, a ruína, e da ruína, o final. Que há de se fazer em contra-fluxo ao final, e qual válvula de escape há de emergir em salvação aos inertes? Salve-os. Salve-os, não obstante não lhe seja claro o vocativo a representar o incumbido de tal tarefa. 
Em fuga do plano terreno, revele-se a cova rasa a refugiar os então medíocres, os que se decompõem em veneno frente à cortina de fumaça do ócio. Traga-lhes, pois, quantos forem os pobres fragmentos do que, outrora, advinha da inspiração. Que os mais profundamente enterrados lapsos de coragem revolvam a terra, e que a potência cave, cave até se converter em ato, e, quando ato, erga a flâmula da vitória, enfim. Devolva-lhes o veículo a transportar as ideias à matéria. Devolva-lhes razão ao cultivo de sua existência. 
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Apple, 21/08/2011

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