Pesquisar este blog

domingo, 4 de setembro de 2011

Eros



No âmago da epiderme, 
É vício que tenho em mim.
Desejo esse frasco inerme,
Embebido em líquido,
Ostentando a droga, sim
- A droga do leite insípido.

Em lábios, droga-me, então,
E que seja só o início.
Qual tremendo desperdício
É manter o corpo são!
Espalha-te pelo torso;
Em espasmos me contorço
E condenso a podridão.

Peças que pedires, mestre,
Ah, obedecer-te-ei!
Reavivo as pernas mortas,
Transporto-te ao não-terrestre,
Cerra tudo. Abro as portas.
Ordena-me: eu o farei.

Que as glândulas salivares
Me deem cura ao veneno,
Embebedem-me ao extremo,
Sejam espetaculares
Agrados aos cães famintos.
Se pérola inoculares,
Animalescos instintos
Hão de emergir do terreno,
De outra vez intactos ares.
- Outra vez virgem e pleno.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Apple, 04/09/2011- 23:16

2 comentários: