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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A morte da escrita

Por muitas vezes sinto-me assim, incapaz de escrever. As palavras somem e a criatividade se esgota. Acho que não há pavor maior para um escritor.
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 Post-scriptum (2015)

Quod scripsi, scripsi. - João, 19,22 (Palavras de Pilatos)


Mas agora, que os tempos outros, não mais chove na plantação
Toda a veia do solo tenro não mais sangra, nem dá vazão

Ao marasmo. E as raízes? Já são cinzas em solo escasso
Não há fruto, não há fartura e não há cesto para o bagaço

Por instância, qual pesadelo! Não há pista de como faço
Toda a prole da macieira foi-se, enxuta, no caos devasso

Tempestade - que fosse pouca! - renascesse da colisão,
Terra infértil morrer não ia - nem chorar os que não virão

Mas que tempos! Que sortilégio sobrepôs minha plantação!
Que o chão fútil e a tez amarga desfaleçam de sede, então

Perecíveis são as ideias, mais no âmbito deste espaço
Que jaz seco em atroz areia - não de todo! (só um pedaço)


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